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HarperCollins 200 anos. Desde 1817.

 

Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2009 Cathy Williams

© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Alma de fogo, n.º 1187 - dezembro 2017

Título original: Ruthless Tycoon, Inexperienced Mistress

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9170-604-5

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

César não estava de muito bom humor. O GPS do seu carro levara-o até uma pequena ruela. Eram pouco mais das nove horas da noite e o clima piorara enquanto saíra de Londres. Não parava de nevar há quarenta e cinco minutos.

Quando organizara um encontro com o seu irmão, aquele lugar não fora o que tivera em mente. De facto, teria preferido ficar no seu clube em Londres, porém, Fernando insistira que se encontrassem no seu próprio terreno, em Kent, um sítio que não tinha nenhum interesse para César e que nunca visitara.

César praguejou enquanto estacionava à frente do que parecia um armazém abandonado. Durante uns segundos depois de desligar o motor, olhou para a parede pintada com graffiti e perguntou-se se a voz feminina que lhe dera as indicações para chegar não lhe teria dado uma indicação incorrecta.

Com impaciência, saiu do carro e procurou a porta de entrada.

Não conseguia acreditar que o seu irmão vivesse naquele lugar. Fernando não era o tipo de homem que gostasse dos lugares de mau aspecto. A verdade era que Fernando sempre tentara evitá-los a todos os custos.

César engoliu em seco. Estava furioso por ter de ir ali. Contudo, tinha um objectivo concreto e, de qualquer forma, não fazia sentido sofrer por a sua noite de sexta-feira ter ficado arruinada. Nem fazia sentido incomodar-se por o seu irmão ter escolhido aquele ponto de encontro, em pleno Inverno, longe da civilização. Pensou que, no final da noite, Fernando teria coisas suficientes com que se preocupar.

César encontrou a porta e, quando a abriu, levou o seu tempo para se habituar ao que via.

Não era o que esperara. O lugar parecia abandonado do exterior, no entanto, no interior, tinha um aspecto muito diferente. Umas dúzias de pessoas deambulavam dentro do que parecia ser um clube nocturno. Num lado da sala na penumbra, havia algumas poltronas e cadeiras de pele, espalhadas à volta de umas mesas baixas. Havia também um balcão comprido, em forma de «O», que ocupava quase toda a parte traseira da sala. À esquerda, parecia haver um pequeno palco e mais cadeiras.

Não demorou a ver o seu irmão, que falava animado num pequeno grupo. Como sempre, Fernando era o centro das atenções.

César dissera-lhe que queria encontrar-se com ele em privado, para falar sobre a sua herança. Por isso, ficou furioso ao descobrir que fora chamado para o que tinha todo o aspecto de ser uma festa privada. A iluminação fraca não lhe deu muitas pistas sobre o tipo de convidados, porém, não era preciso ser muito inteligente para se aperceber de que seriam todos os amigos habituais do seu irmão. Loiras impressionantes, companheiros de jogo e ociosos em geral que tinham as mesmas ambições que Fernando: gastar o dinheiro da família tão sumptuosamente como fosse possível e, ao mesmo tempo, fugir de qualquer coisa que cheirasse a trabalho.

O seu irmão ia pelo mau caminho se pensava que ia conseguir evitar falar do seu futuro, defendendo-se com aqueles amigos, pensou César com um ar sombrio.

Quando chegou ao pé dele, César esboçou a Fernando um sorriso carregado de recriminação, sem sequer se incomodar em olhar para a jovenzinha que estava ao seu lado.

– Fernando – disse César, estendendo a mão para o cumprimentar. – Isto não é o que esperava.

César não via o seu irmão há meses. De facto, a última vez fora numa reunião familiar em Madrid. Dessa vez, os seus esforços para despertar o interesse de Fernando pelo negócio familiar tinham sido um completo fracasso. Nesse dia, dissera ao seu irmão que pensava ver atentamente como estava a gastar a sua herança. Como representante legal, tinha o poder de a reter se o considerasse oportuno.

– Reconsidera o teu comportamento – dissera César. – Ou afasta-te desse estilo de vida que levas.

É claro, Fernando reagira afastando-se do seu irmão.

– Pensei que, como é sexta-feira à noite… – replicou Freddy, sorrindo com encanto. – Aproveita um pouco, maninho! Podemos falar amanhã. A verdade é que queria mostrar-te – acrescentou e gesticulou com as mãos à sua volta.

César olhou para ele com frieza, em silêncio.

– Mas estou a ser indelicado – continuou Freddy e virou-se para a mulher com quem estivera a conversar quando o seu irmão chegara. – Esta é Judith. Jude, este é o meu irmão, César. O que queres beber, César? Uísque, como sempre?

– Eu quero outro copo de vinho, Freddy – pediu Jude e deu um pequeno passo para se pôr mesmo em frente do homem mais intimidante que vira na sua vida.

Portanto aquele era o famoso César, disse para si Jude. Não lhe surpreendia que Freddy tivesse ficado tão nervoso com a perspectiva de ter uma reunião com ele. Era uns seis centímetros mais alto do que o seu irmão e, enquanto Freddy era atraente e encantador, aquele homem era impressionante. Tinha o rosto escuro e uma estrutura óssea perfeita. O seu aspecto era realmente espantoso.

Jude sorriu. Aquele cenário elaborado fora planeado com meticulosidade. Freddy estivera ansioso para mostrar ao seu irmão o lugar que comprara. Era um antigo armazém, que pretendia transformar no clube de jazz dos seus sonhos e só estava à espera de uma injecção de capital. Contudo, conforme Freddy lhe contara com preocupação, estava quase a ficar sem poder sobre a sua herança. Já investira muito no lugar, no entanto, não chegaria longe sem a aprovação de César.

Que melhor maneira de convencer o seu irmão a apoiá-lo do que seduzi-lo, mostrando-lhe a sua ideia, provando-lhe que já não era o Don Juan despreocupado que costumava ser. Freddy convidara as pessoas adequadas para que o ajudassem a criar o cenário perfeito, incluindo-a a ela. Havia banqueiros, advogados, alguns contabilistas… Toda a gente que ia participar na sua nova empresa.

– Freddy falou-me muito de ti – comentou Jude e teve de olhar para cima para lhe ver os olhos.

– Bom, eu não sei quem és nem sei porque Fernando combinou comigo aqui – respondeu César e olhou para ela com o sobrolho franzido. Jude tinha o cabelo curto e usava sapatos rasos. Ele tinha uma ideia muito clara do aspecto que uma mulher devia ter e não era aquele. – Tu sabes?

– Acho que queria que conhecesses… alguns dos seus amigos…

– Conheci os amigos de Freddy no passado. Não tenho vontade de conhecer mais nenhum, acredita em mim.

Então, César pensou que nunca vira aquela amiga em particular e que não era nada parecida com as amigas que Freddy costumava ter. O que estaria a fazer ali?, perguntou-se, observando-a atentamente.

– Quem és tu? Como conheceste Fernando? Nunca me tinha falado de ti.

Fernando levava um estilo de vida luxuoso e era muito generoso com o seu dinheiro. César sabia porque tinha acesso a todas as contas do seu irmão. Também sabia que adorava gastar dinheiro com as mulheres. Sempre atraíra as mais interesseiras. Porém, aquela Jude não tinha o aspecto de ser uma delas, por isso sentiu um súbito interesse em conhecer que relação tinha com o seu irmão.

César olhou à sua volta. Não havia ninguém nas poltronas. Toda a gente estava de pé. Fernando chegaria dentro de uns minutos com as bebidas e, quando o fizesse, certamente começaria com as apresentações inúteis. Assinalou as poltronas.

– A viagem até aqui foi muito longa. Vamos sentar-nos e assim poderás contar-me qual é a tua relação com o meu irmão.

Jude perguntou-se como um convite para conversar podia parecer tão ameaçador. Freddy desaparecera no balcão e, sem dúvida, alguém estava a demorá-lo. Esse era um dos maus hábitos de Freddy. Era capaz de se entreter com qualquer conversa e esquecer o que estava a fazer antes.

– Não tenho nenhuma relação com o teu irmão – comentou ela depois de se sentar num sofá. A iluminação nessa zona era ainda mais fraca e o rosto de César estava cheio de sombras. Riu-se, nervosa, e acabou o seu copo de vinho. – Sinto-me como se estivessem a fazer-me um interrogatório.

– Ah, sim? Não sei porquê. Só quero saber como conheceste Fernando. Onde se conheceram?

– Estou a ajudá-lo com um… projecto – respondeu ela. O seu papel era ajudar a convencer César a apoiar o seu irmão na sua nova empresa.

– Que projecto? – perguntou César, franzindo o sobrolho. Que ele soubesse, Fernando não tinha projecto nenhum.

– Talvez ele prefira contar-te tudo – respondeu ela.

– Olha, vim aqui para ter uma conversa séria com Fernando sobre o seu futuro – assinalou ele, inclinando-se para a frente com um ar ameaçador. – Em vez disso, encontro-me num bar, rodeado de pessoas que não tenho nenhum desejo de conhecer e a ouvir falar de um projecto que o meu irmão nunca mencionou. Qual é exactamente o teu trabalho nesse projecto?

– Eu não gosto do teu tom de voz!

– E eu não gosto que brinquem comigo. Desde quando conheces Fernando?

– Há quase um ano.

– Quase um ano… Até que ponto são íntimos?

– O que queres dizer com isso?

– Não vejo muito o meu irmão, mas conheço a sua forma de agir e nunca teve relações duradouras e platónicas com o sexo oposto. Sempre quis estar rodeado de mulheres dispostas a agradar-lhe e a irem para a cama com ele. Também foi sempre muito previsível nas suas preferências. Loiras, com seios grandes, pernas longas e pouco cérebro. Em que grupo encaixas?

Jude sentiu-se ultrajada. Corou e respirou fundo algumas vezes para manter a calma.

– Se te falou de mim, então é óbvio que és mais do que uma colega de trabalho – continuou ele. – Então, diz-me, o que és tu?

Salva pelo gongo. Ou, melhor dizendo, por Freddy, que apareceu com as bebidas numa bandeja. César apercebeu-se da expressão de alívio de Jude e observou como olhavam um para o outro e Fernando lhe dizia alguma coisa ao ouvido. Jude levantou-se imediatamente e afastou-se.

César observou-a a afastar-se, em especial, observou o seu rabo. Podia estar vestida como um rapaz, contudo, havia alguma coisa subtilmente sexy e engraçada na sua forma de andar. Continuaria a falar com ela depois, pensou. Sabia que se passava alguma coisa e não descansaria até descobrir o que era. Porém, levaria o seu tempo.

Sentar-se e esperar sempre fora o lema de César e foi fiel a ele enquanto se desenvolvia a previsível ronda de apresentações. Pareceu-lhe suspeito que todos parecessem pessoas normais. Onde estavam as loiras atraentes? Os jovens ricos com conversa superficial? Era desconcertante que toda a gente reunida ali nessa noite parecesse estar ansiosa por falar com ele de negócios.

No final da noite, César disse para si que estava quase a desfrutar do mistério.

Na rua, a neve caía com maior intensidade. Entre o grupo de pessoas que corriam para os seus carros, estacionados numa zona habilitada para isso na parte traseira do edifício, César viu Jude, envolvendo-se num cachecol. O exterior estava mais iluminado do que o interior e conseguiu vê-la melhor. Tinha o cabelo curto e castanho e um rosto nada masculino. Umas longas pestanas escuras emolduravam os seus olhos castanhos e a sua boca era carnuda e atraente.

Fernando sempre tivera uma fraqueza pelo óbvio, porém, quem sabia? Uma interesseira podia ter qualquer aspecto e as mais subtis, de certa forma, podiam ser mais perigosas.

Novamente, César viu-a a conversar baixinho com o seu irmão. De que falariam?

– Não tinha planeado ficar a dormir no bar – disse César ao seu irmão, interrompendo-os. Embora não olhasse para ela, reparou como Jude olhava para ele.

– Ah… – disse Freddy e sorriu. – Há um hotel excelente na cidade…

– Não tens casa aqui? – perguntou César, franzindo o sobrolho.

– Bom, um apartamento. Bastante pequeno…

César observou Jude, que afastara o olhar.

– Está a nevar muito e não tenho nenhuma intenção de dar voltas pela cidade à procura de um sítio onde ficar. Como se chama o hotel?

– Nome do hotel… – repetiu Freddy e lançou um olhar rápido a Jude.

Jude suspirou, resignada.

– Tenho uma lista telefónica em casa. Se me levares, posso telefonar e reservar-te um quarto – disse ela.

– Levar-te a casa? Como chegaste até aqui?

– Vim com Freddy.

– Bom, parece-me uma oferta que não estou em disposição de rejeitar – indicou César. – Amanhã, Fernando, temos mesmo de falar.

– Claro, maninho – respondeu Freddy e deu-lhe uma palmada nas costas.

Embora estivesse habituado a ter uma relação fria com o seu irmão, César sentiu um pouco de tristeza pela ausência de um afecto sincero entre eles. A perda dos seus pais quando era adolescente, em vez de os unir, afastara-os. Com o fardo do império familiar sobre os ombros, perguntava-se se teria fracassado no seu dever de amar o seu irmão. No entanto, deixou de lado os seus pensamentos pessimistas e disse para si que se esforçara muito para criar uma vida estável e segura para Freddy. Fizera todos os possíveis.

– O meu carro está à porta.

– Porque não o deixaste no estacionamento?

– Porque, ao chegar, tive a sensação de que me tinha enganado no sítio. Nunca suspeitei que o edifício fosse utilizável nem que houvesse um estacionamento na parte de trás.

– É uma boa ideia, não achas? – perguntou Freddy, radiante. – Falaremos sobre isso amanhã.

Jude olhou para César, que já começara a andar para o seu carro. A última coisa que queria era ver-se sozinha num carro com ele ou levá-lo para sua casa, porém, não parecia ter escolha. Freddy não podia levá-lo ao seu apartamento, não com Imogen presente.

Ao pensar naquele pequeno segredo, Jude corou, sentindo-se culpada. Imogen devia ter estado na pequena festa dessa noite. Era, afinal de contas, uma parte importante do projecto. No entanto, Freddy insistira em mantê-la fora da vista de César. Pelo menos, por enquanto.

Depois de ter conhecido César, Jude conseguia compreender porquê, pois César era um homem desconfiado por natureza. Se tivesse visto Imogen, com o seu cabelo loiro e comprido, os seus grandes olhos azuis e as suas longas pernas, sem dúvida, César teria retirado a herança ao seu irmão. O facto de Imogen estar grávida de sete meses do filho de Freddy, certamente provocar-lhe-ia um ataque cardíaco.

– Poderíamos ir directos à cidade – sugeriu ela e olhou para o manto de neve. – Não vivo longe daqui, mas o caminho para minha casa é um atalho campestre e talvez este carro não seja adequado para isso.

– Este carro está equipado para tudo – informou César.

– Tudo menos neve em meados de Janeiro. Para isso, precisas de um carro mais robusto. Estes carros da moda talvez sejam bons para Londres, mas, no campo, não servem para nada.

César olhou para ela com incredulidade, enquanto ela olhava pela janela, com o sobrolho franzido.

Jude levou-o para a rua principal que, à uma hora da manhã, estava deserta. Demoraram bastante tempo a deixar a cidade para trás e, depois, entraram num labirinto de caminhos.

– Como consegues viver nestas condições? – murmurou César, enquanto se concentrava em chegar sem sair da estrada.

– Tenho um veículo de tracção às quatro rodas. É um pouco velho, mas é bastante seguro e consegue levar-me a todo o lado – admitiu ela.

– Ao contrário do meu carro – comentou ele.

– Eu nunca poderia ter um carro assim. Mas também não quero. Não faz sentido ter um carro destes.

– É uma questão de conforto – respondeu.

Então, César perguntou-se que trabalho desempenharia ela, para além de ajudar o seu irmão no tal projecto. Poderia ser qualquer coisa, desde contabilista até conselheira de imagem. Disse para si que queria saber mais sobre ela, embora, por enquanto, estivesse demasiado ocupado a controlar o carro para lhe fazer um interrogatório detalhado. Enquanto fazia uma esquina a passo de caracol, perguntou-se também como ia conseguir regressar sozinho à civilização.

– Eu prefiro as coisas práticas – afirmou ela.

– Nota-se na forma como estás vestida.

striptease?,

– Naturalmente, aquela relação não tinha nenhum futuro – continuou César.

– Porquê? – perguntou ela, incomodada, pensando na sua amiga grávida. – Ser modelo não tem nada de mal…

– Uma modelo com o meu irmão só quer encontrar os ovos de ouro.

– Essa é uma forma de pensar muito cínica.

– Chama-se vida real. Outra realidade é que eu gostaria de fazer todos os possíveis para me certificar de que ninguém se aproveita do meu irmão. Parece-me bem que tenha aventuras com mulheres, desde que não passem disso. Qualquer mulher pouco decente que queira caçar o meu irmão terá de me enfrentar – explicou ele, pensando que era melhor deixar as coisas bem claras.

– Bom, obrigada pela informação – disse ela com frieza. – É sempre bom saber o que os outros pensam, embora não esteja de acordo com eles. A verdade é que me parece que não te preocupas minimamente se as pessoas estão de acordo contigo ou não.

– É verdade! – disse ele e, com um movimento rápido, tirou a camisa.

Ela ficou a olhar para ele como se nunca tivesse visto um homem seminu na vida.

– Vais dormir…. O que vais usar para dormir? – balbuciou ela.

– O que costumo usar – respondeu ele, olhando para ela, surpreendido. – A roupa que usava quando nasci. É muito confortável.

Jude imaginou-o a dormir nu, com apenas uma pequena casa de banho a separar os seus quartos, e sentiu que ia desmaiar. É claro, não gostava dele e desaprovava tudo o que ele dissera, no entanto, não conseguia apagar a imagem daquele corpo forte e musculado.

– Vou buscar-te alguma coisa!

– Tens roupa de homem em tua casa?

Jude não respondeu, saiu do quarto e reapareceu dois minutos depois. Atirou-lhe uma t-shirt. Era suficientemente grande. De cor fúcsia brilhante.

– Isto vai ficar-te bem – disse ela, rindo-se. – Boa noite!