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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2010 Christina Hollis

© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Flores de paixão, n.º 1348 - julho 2018

Título original: The Italian’s Blushing Gardener

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9188-524-5

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

 

 

 

 

As sombras escureceram a silhueta magra de Kira, que estava a observar do outro lado do vale junto dos antigos pinheiros que rodeavam a propriedade Bella Terra. Havia uma mancha branca numa pradaria distante. Era uma estrada. Estava à espera da reveladora nuvem de pó toscano que significaria o fim da sua solidão.

O seu pequeno paraíso ia mudar para sempre. A terra que rodeava a sua casa estava à venda. E, segundo a agente imobiliária de Bella Terra, o homem mais maravilhoso do mundo estava interessado em comprá-la.

Mas ela não podia importar-se menos com tudo aquilo. Fora viver para Itália para se afastar do seu passado sentimental. E o que ouvira até àquele momento do signor Stefano Albani não melhorara a sua opinião dos homens. Ele devia ter chegado à villa para ver a propriedade há algumas horas, mas não aparecera. A empregada da agência imobiliária apareceu na sua casinha para o procurar. Parecera muito emocionada com os supostos encantos daquele multimilionário, mas Kira não estava impressionada. Suspeitava que aquele italiano estava mais interessado nas mulheres do que em comprar uma grande Villa no campo.

Como passou o tempo e o signor Albani não apareceu, o interesse da agente imobiliária decaiu. Não queria perder a sua próxima reunião. Finalmente, já que sentira muita pena por ela, Kira ofereceu-se para ficar com as chaves e com os detalhes da villa. Sentia-se muito nervosa por ter de lidar com estranhos, mas parecia que o italiano não ia aparecer e, de qualquer forma, a sua oferta era só uma artimanha. Só queria livrar-se da mulher.

E funcionou. A sua visita inoportuna foi-se embora e deixou-a novamente a sós, tal como gostava de estar.

E havia maneiras piores de passar a tarde do que a desfrutar da vista da propriedade Bella Terra.

 

 

O sol intenso escondeu-se finalmente por trás de uma fileira de nuvens. Kira começou a relaxar. Cada vez estava mais convencida de que Stefano não ia aparecer, o que era um alívio para ela, em muitos sentidos. Quanto menos pessoas vissem a propriedade, mais tempo demoraria a vender-se. E não se importava se aquele velho lugar permanecesse vazio para sempre. A sua pequena casinha estava isolada, embora fosse possível ver outras casas ao longe.

O anterior proprietário de Bella Terra, o senhor Ivan, fora tão reservado como ela. Todos os dias, ambos se tinham cumprimentado com a mão através do vale e ela cuidara dos jardins da propriedade, mas a sua relação não atravessara aqueles limites. Ambos tinham estado contentes com a situação, mas infelizmente o senhor Ivan falecera. Era estranho. Durante os dois anos que tinham passado desde que comprara La Ritirata mal falara com ele, excepto por assuntos de negócios, mas sentia saudades. E, naquele momento, enfrentava algo desconhecido. Fosse quem fosse que comprasse a Bella Terra, certamente, não seria tão pacífico e discreto como o seu falecido vizinho. E odiava a ideia.

Questionou-se se o futuro lhe pareceria tão ameaçador se tivesse alguém com quem falar. No dia anterior, chegara-lhe uma carta de Inglaterra e sabia que devia ter respondido de maneira cortante, mas não podia fazê-lo. Embora tivesse de superar a chantagem emocional daquela missiva.

Obrigou-se a concentrar-se na bela paisagem que tinha à sua frente. O vale estava cheio de flores e árvores. Viu que sobre as colinas estavam a acumular-se muitas nuvens. Aproximava-se uma tempestade que, sem dúvida, refrescaria o ambiente. Sorriu e pensou que a chuva transformaria a estrada estreita que levava à villa num lodaçal. Se o signor Albani estivesse a caminho, de certeza que esqueceria a ideia de visitar a propriedade. O seu pequeno refúgio estava a salvo durante um pouco mais de tempo.

Repentinamente, houve uma mudança no ar. Os pássaros pararam de cantar. Kira olhou à sua volta e sentiu uma vibração. Muito leve ao princípio, mas que foi aumentando em intensidade. Provinha da terra, parecia um terramoto. Instintivamente, dirigiu-se para os pastos e apercebeu-se de que não era nenhum terramoto, mas um helicóptero…

 

 

– Não vou atender o telefone durante algumas horas – comentou Stefano Albani, enquanto falava pelo telemóvel através do sistema de mãos livres. – Se Murray telefonar, diz-lhe que não vamos publicar o que nos propuseram, a não ser que me ofereçam algo de interesse.

No fim da chamada, recostou-se. Não conseguia relaxar. Precisava de muita concentração para pilotar um helicóptero. Nunca comprava nenhuma propriedade sem a ter sobrevoado primeiro. E a propriedade Bella Terra parecia perfeita. Era como um sonho. Tinha uns bosques frondosos que, sem dúvida, ofereceriam abrigo para o calor do Verão e uns terraços fabulosos à volta da moradia para desfrutar do sol.

Um leve movimento junto das árvores chamou a sua atenção. Era uma rapariga. Estava a abanar os braços e a mostrar-lhe alguns documentos. Não conseguiu evitar esboçar um sorriso com a sua boca sensual. Só falara por telefone com a mulher da agência imobiliária, mas a verdade era que tinha um aspecto maravilhoso.

Relaxou ao recordar a conversa telefónica que tivera com ela. Continuar a conversa seria uma boa maneira de acabar um dia tão intenso.

Olhou para a bela ragazza e cumprimentou-a com a mão. Precisava de se distrair, já que trabalhava demasiado. Algumas horas num lugar como aquele e seria capaz de parar de pensar em todos os problemas e decisões que tinha de tomar na sala de direcção.

Sorriu novamente ao aterrar o helicóptero ao lado da casa enquanto pensava nas horas de liberdade que tinha pela frente…

 

 

Kira não estava de humor para jogos. O Bella Terra era um vale privado e o barulho que o helicóptero causava era realmente intrusivo naquele belo lugar. Embora o pior de tudo fosse que era uma demonstração do que estava para chegar.

– Vi faisões voar mais alto! – gritou para o ocupante do helicóptero, quando ele passou sobre a sua cabeça.

Então, observou como o aparelho pousava junto da velha villa. Apressou-se a dirigir-se para os jardins da Bella Terra e aproximou-se do helicóptero, que aterrara muito perto da moradia. O piloto já não estava lá dentro. Confusa, procurou-o pelas edificações da villa. Estava imenso calor. Pensou que qualquer pessoa no seu juízo perfeito teria ido procurar uma sombra, por isso dirigiu-se para as arcadas. No fim, viu uma figura masculina alta que desaparecia por um espaço nas sebes que dava para um dos jardins da villa. Quase o chamou aos gritos, mas havia alguma coisa nos movimentos atléticos daquele homem que a impediu de o fazer. Quando chegou ao jardim… estava vazio.

Virou a cabeça e tentou ouvir algum movimento, mas a única coisa que alterava a tranquilidade do lugar era o ar que alvoroçava ligeiramente os pinheiros. Mas, então, ouviu atentamente e pareceu-lhe ouvir passos, ainda que, devido à profusa vegetação do lugar, não soubesse de onde provinham. Olhou à sua volta, mas não viu ninguém.

Repentinamente, umas mãos agarraram-na pela cintura num movimento ágil.

– Finalmente, conhecemo-nos, menina Barrett! – exclamou um homem com um sotaque italiano profundo e delicioso. – Estive à sua procura. Tinha pensado que estaria à espera à porta da Bella Terra!

Aquelas palavras incitantes ecoaram no pescoço de Kira, que ficou completamente paralisada face ao sussurro quente que sentiu sobre a sua pele. Não conseguiu evitar sentir o corpo forte e masculino daquele italiano a pressionar o seu. Mal conseguia respirar.

– Quando falámos ao telefone disse-me que desejava conhecer-me. Recorde-me… onde queria que jantássemos esta noite? – murmurou o homem, rindo-se. Então, virou-se para ela com a intenção de a beijar.

Mas antes de conseguir fazê-lo, Kira afastou-se dos seus braços.

– Não sou Amanda Barrett e não estou nada contente! – queixou-se, com a respiração agitada. – Por favor, não volte a tocar em mim!

O homem chegou-se para trás imediatamente.

Scusi, signora – desculpou-se.

Por sua vez, Kira deu dois passos atrás. Não esperava que o italiano a deixasse tranquila tão facilmente. Não sabia o que fazer. Se aquele homem era o signor Stefano Albani, o multimilionário que esperava, não se parecia nada com os homens ricos com que trabalhara no passado. Eram muito sérios, previsíveis e nunca teriam sonhado com um assalto como aquele. Em contraste, Stefano Albani parecia preparado para tudo. Estava muito forte e era extremamente bonito.

– Confundi-a com outra pessoa, lamento. Tinha combinado encontrar-me com a supervisora da agência imobiliária neste lugar. Sabe onde posso encontrá-la? – perguntou ele.

– Provavelmente, já está em casa depois de ter atendido mais dois clientes no tempo que demorou a chegar a Bella Terra – queixou-se Kira novamente.

A expressão da cara de Stefano não se alterou, mas os seus olhos reflectiram um brilho intenso. Repentinamente, ela arrependeu-se de ter sido tão indelicada e observou como ele esboçava um sorriso.

Dio… Há muito tempo que ninguém me falava assim! – exclamou Stefano, impressionado.

Kira teve de engolir em seco antes de voltar a falar. Embora não conseguisse parar de olhar para a boca sensual dele não tencionava permitir que a incomodasse.

– Lamento, signore, mas apareceu mais de três horas atrasado para a sua reunião, sem se desculpar, e pilotou ridiculamente baixo sobre este vale, estragando uma tarde maravilhosa – disse, com firmeza, tremendo por dentro ao observar que a expressão da cara do italiano se tornava mais dura. Pensou que, de certeza, ninguém o contradizia.

– Lamento se ofendi alguém – desculpou-se ele, com certa tensão. Depois, a expressão da sua cara adoçou-se. – Na verdade, sou Stefano Albani e estou interessado em comprar a Bella Terra. Foi por isso que pensei que era a menina Barrett, da agência imobiliária. Pensei que estava a dar-me as boas-vindas com gritos de alegria! – brincou, com o atrevimento reflectido nos olhos.

– Bom, não sou eu – respondeu Kira, contendo a vontade de o repreender ainda mais.

Tinha de ter cuidado. Talvez Stefano Albani tivesse chegado atrasado e de forma lasciva, mas, infelizmente, havia a possibilidade de se tornar o seu novo vizinho. Não fazia sentido complicar mais as coisas.

Ele cerrou os dentes ao perceber o tom acusador da voz dela.

Kira pensou que tinha uma boca realmente linda e observou como franzia o sobrolho.

– Toda a minha agenda se viu atrasada devido a um inconveniente e queria chegar aqui o quanto antes, o que significava vir de helicóptero – explicou ele. – Além disso, o incómodo durou muito pouco, embora lhe prometa que não voltará a acontecer. Assim que me mudar para a villa, não voltarei a sobrevoar estas terras – acrescentou, esboçando um leve sorriso.

Foi-lhe impossível desviar o olhar. Stefano tinha uns bonitos olhos azuis, um cabelo escuro ondulado e uma musculatura espectacular. Ao contrário dos milionários para quem trabalhara no passado, aquele homem parecia usar tanto o seu corpo como a sua mente. Não conseguia imaginá-lo permanentemente sentado atrás do ecrã de um computador e desejou ter dado mais atenção quando Amanda Barrett falara sobre o maravilhoso signor Albani.

Pensou que, certamente, a maioria das mulheres adoraria aquele homem, mas não compreendeu porque não viam o que realmente era: um homem rico à procura de prazer que não se importava com nada senão com ele próprio. Observou que olhava para a villa como se já a possuísse. Tentou ignorar a apreensão que se apoderou dela e pensou que os olhares não significavam nada. O homem nem sequer entrara na casa.

– Já veremos… se se mudará – respondeu, num tom grave, perguntando-se se teria alguma influência na decisão final do italiano. Mas talvez devesse esquecer o que pensava de Stefano Albani e começar a perguntar-se o que ele pensava dela. Stefano parecia ser o tipo de homem que desfrutava dos confrontos em vez de os evitar. Pensou que devia esconder as suas objecções até ele decidir o que fazer com a villa. – O caso é que estava à sua espera com as chaves e documentos da villa porque pensava que não ia aparecer – acrescentou. – Tinha planos para esta tarde até o senhor chegar do céu.

– Estraguei os seus planos?

Kira franziu o sobrolho.

– Ia dizer que me pregou o susto da minha vida e desculpar-me pela maneira como reagi – respondeu, com frieza.

Stefano não disse nada, mas estendeu-lhe a mão. Ela ficou a olhar para a palma pálida até se aperceber do que devia fazer. Então, entregou-lhe os documentos da propriedade. Depois de esticar os papéis um pouco, ele deu-lhes uma olhadela.

– O que a impedi de fazer esta tarde? – perguntou, depois de alguns segundos sem parar de olhar para os documentos.

– Nada – respondeu Kira imediatamente, antes de recordar o que dissera.

Stefano levantou o olhar e esboçou um grande sorriso.

– Nesse caso, porque não me mostra este velho lugar?

– Oh, eu adoraria! – exclamou ela, sem pensar.

Imediatamente, arrependeu-se das suas palavras. Aquele não era o seu trabalho. Não tinha nada para fazer ali. Simplesmente, oferecera-se para lhe entregar os documentos e as chaves antes de desaparecer.

– Eu adoraria, signor Albani, embora seja apenas uma vizinha – disse e olhou para a linda edificação antiga da casa. – Não sei muito sobre este lugar. Só vi algumas divisões antes de…

– A villa foi propriedade de um inglês durante muitos anos – leu Stefano nos documentos. – Conhece-o?

– O senhor Ivan era meu cliente. Eu era a sua paisagista. Era só isso – apressou-se a responder Kira.

– Suponho que, como eram duas pessoas inglesas, eram ambos muito reservados, não é assim?

O sorriso irónico que Stefano esboçou fez com que ela ficasse à defesa. Embora ele tivesse razão, não gostou que presumisse tantas coisas.

– Mostrar-lhe-ei os jardins da villa com muito gosto. Não há ninguém que saiba mais do que eu sobre o exterior da propriedade, mas em relação ao interior da moradia será melhor guiar-se pelos planos que estão entre os documentos que lhe entreguei.

– Disse que é paisagista, não foi? – quis certificar-se ele. O sorriso desapareceu dos seus lábios ao olhar para ela com uma intensidade diferente.

Kira corou ao perceber que Stefano estava a analisar a sua roupa com o olhar. Vestia umas calças de ganga poeirentas e uma simples t-shirt branca.

Ao aperceber-se da reacção dela, ele esboçou um grande sorriso.

– Porque estamos a perder tempo aqui fora a falar quando podíamos estar a dar uma volta por esta villa maravilhosa? Conheço muitas mulheres inglesas e sei que está tão entusiasmada como eu e quer entrar na moradia e dar uma olhadela. Acompanhe-me. O que diz?

Não havia nada que Kira pudesse dizer. Stefano estava a convidá-la para ver a casa que queria ver há dois anos. Antes de ele chegar, sentira muitas vezes muita curiosidade por ver a moradia, mas não se atrevera a entrar.

Sem esperar que respondesse, Stefano começou a dirigir-se para a porta da villa e pôs-lhe uma mão na cintura para a encorajar a acompanhá-lo. Kira dirigiu-se lentamente para a antiga edificação e desfrutou enormemente daquele contacto. Mas decidiu acelerar o passo para se afastar da mão do italiano. Chegou às escadas da casa à frente de Stefano. Então, ele usou a grande chave de ferro da moradia para abrir a porta. Depois de o fazer, desviou-se para permitir que ela entrasse primeiro. Kira hesitou. Tinha imensa vontade de explorar a villa… mas a sós. Fazê-lo com ele parecia-lhe demasiado íntimo.

Mas Stefano não tinha aquele tipo de dúvidas. Voltou a pôr-lhe a mão na cintura para a convidar a entrar. Kira suspirou levemente e ele inclinou a cabeça educadamente.

– As senhoras primeiro. Tenho de ver tudo, por isso receio que vá demorar um pouco – disse, num tom de voz suave, mas autoritário. Estava a agir como se a casa já lhe pertencesse.

Ela corou levemente. Desfrutara durante tanto tempo daquela propriedade que a considerava o seu refúgio privado naquele momento, tinha a oportunidade de ver o coração do lugar. E a companhia de um homem como aquele acrescentava ainda mais emoção à aventura.

Não sabia o que faria se não conseguisse pensar em coisas suficientes para dizer. Não conversava com muita gente. Absurdamente, olhou à sua volta à procura de ajuda, embora soubesse que era uma tolice. Não havia ninguém por ali. Nunca antes se sentira tão sozinha. Aquele homem alterava-a muito, anulara a sua sensatez. Olhou para ele nos olhos e reconheceu as coisas que via no espelho da sua casa de banho todas as manhãs. Os seus olhos azuis reflectiam sentimentos que a sua boca nunca expressaria. Talvez também tivesse segredos como ela, segredos escondidos sob a sua aparência sofisticada. Incompreensivelmente, sentiu a necessidade de descobrir a verdade escondida sob a sua imagem.

Ele empurrou-a ligeiramente com a mão. Com uma clareza aterradora, Kira imaginou que a abraçava pela cintura. Sentiu-se lindamente e pensou que aquilo não podia estar bem. Engoliu em seco enquanto continha os instintos desconhecidos e selvagens que a tinham embargado.

– Por favor, não me toque, signor Albani.

Surpreendido, Stefano afastou a mão e chegou-se para atrás. Ficou a olhar para ela.

– Que interessante – murmurou, analisando a sua cara e o seu corpo. – Parece muito nervosa. Vim para ver uma propriedade, mas penso que não é a única coisa que vale a pena investigar por aqui.