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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2009 Michelle Douglas

© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

O meu verdadeiro amor, n.º 1216 - Fevereiro 2016

Título original: Bachelor Dad on Her Doorstep

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2010

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Bianca e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-7757-3

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

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Prólogo

 

Jaz não queria que o seu regresso a Clara Falls ao fim de oito anos acontecesse a meio da noite, contudo, não conseguira sair cedo do trabalho e houvera um trânsito horrendo entre Sidney e as Blue Mountains. Estava atrasado, pelo menos, quinze dias. Da sua garganta escapou uma gargalhada horrível, um som que nunca antes emitira. Tentou contê-lo, já que não era o momento nem o lugar.

Não seguiu a rua principal de Clara Falls, mas o beco que levava ao estacionamento posterior das lojas. Dada a escuridão e o tempo que estivera ausente, reconheceria a parte traseira da livraria? Fê-lo imediatamente. E sentiu uma pressão tremenda no peito. Teve de fechar os olhos e pôr em prática as técnicas de relaxação que Mac lhe ensinara. A pressão não cedeu, porém, conseguiu respirar. Abriu os olhos, estacionou e levantou o olhar para a luz que brilhava na janela.

«Oh, mãe!», pensou. Pedir perdão não era suficiente. Decidiu não pensar nisso. Não era o momento nem o lugar. Olhou para o carro do lado. Seria de Richard? Richard, o advogado da sua mãe, o melhor amigo de Connor Reed. Esse pensamento, saído do nada, fez com que os seus músculos ficassem tensos. Embora não tivesse saído do nada, porque sempre que pensava em Clara Falls pensava em Connor Reed.

Apoiou a cabeça no volante. A tensão não apagou as lembranças. Saíra de Clara Falls por causa de Connor Reed e não regressara pela mesma razão. Voltou a olhar para a livraria e, depois, para o andar superior, onde a sua mãe passara os dois últimos anos da sua vida.

«Lamento, mãe». A dor do peito intensificou-se. Fechou os olhos e voltou a tentar relaxar.

Não veria Connor Reed naquela noite. E, depois de assinar os papéis da venda da livraria, não voltaria a pôr os pés em Clara Falls. Abriu a porta do carro e subiu as escadas. Richard abriu-lhe a porta antes de bater.

– Jaz! – abraçou-a. – Que alegria voltar a ver-te!

– Igualmente – respondeu ela. Falava sinceramente, tal como ele.

– Oxalá fosse noutras circunstâncias.

Richard, como advogado da sua mãe, entrara em contacto com ela para lhe dizer que Frieda tomara uma overdose de soníferos e morrera. Não dissera que fora culpa dela, não fora necessário.

«Não penses nisso», disse para si. Não era o momento nem o lugar.

– Oxalá – conseguiu responder ela. E disse-o de coração.

Richard conduziu-a à pequena cozinha da qual se chegava ao armazém e, depois, à livraria propriamente dita. Ou, pelo menos, fora assim antes.

– Queres um café? Gordon está a chegar e, quando o fizer, poderemos assinar os papéis.

– Muito bem – Jaz perguntou-se porque é que Richard combinara ali em vez de se encontrarem no seu escritório e quem seria esse Gordon que queria comprar a livraria da sua mãe.

– Queres dar uma olhadela? – perguntou-lhe Richard, apontando para a porta do armazém.

– Não, obrigada.

Não queria recordar. A livraria fora o seu refúgio desde que entrara nela pela primeira vez quando tinha dez anos, mas já não precisava dele. Era uma pessoa adulta que sobrevivia sozinha. Não tivera outro remédio. A sua mãe comprara a livraria há dois anos com a esperança de que ela voltasse. Não queria ver o local naquele momento nem enfrentar tudo o que perdera por causa do seu orgulho e do seu medo. Sentiu-se cheia de remorsos. Queria vender a livraria e ir-se embora.

Richard abriu a boca, porém, antes de conseguir falar, bateram à porta e ele foi abrir.

– Lembras-te de Gordon Sears? – perguntou a Jaz, depois de o homem entrar.

– Claro que sim.

– É o senhor Sears que quer comprar a livraria.

Jaz sentiu um nó no estômago. O senhor Sears era o dono da padaria que havia em frente. Não gostara de Jaz quando era menina nem, certamente, da sua mãe. O senhor Sears esbugalhou os olhos ao vê-la. Ela quase sorriu ao aperceber-se da sua surpresa. Da última vez que a vira era uma jovem rebelde de dezoito anos que seguia a moda gótica e andava vestida de preto, maquilhada de branco, com o cabelo em pé e uma argola no nariz.

– Como está, senhor Sears? – perguntou-lhe, estendendo a mão. – Fico contente por voltar a vê-lo.

– Estamos aqui por negócios, não é uma reunião social – respondeu o senhor Sears.

As lembranças invadiram a mente de Jaz. O nó no estômago solidificou-se. O senhor Sears não se recusava a atendê-las na padaria, porém, deixara muito claro o que pensava delas com a sua cortesia glacial, as suas caretas de tristeza e o facto de deixar o troco no balcão em vez de na mão. Apesar dos pedidos de Jaz, a sua mãe continuara a fazer compras lá porque, segundo ela, tinha o melhor pão da vila.

Jaz voltou a ouvir a voz da sua mãe que lhe dizia que não importava o que as pessoas pensavam, que não precisava de se preocupar com isso. Ela fizera o possível para seguir os seus conselhos, mas sem resultado.

Frieda Harper fora uma mulher livre e maravilhosa. Se queria beber alguma coisa, bebia. Se queria dançar, levantava-se e dançava. Se desejava um homem, ia atrás dele. Face ao seu comportamento, as pessoas mais conservadoras da vila mostravam desaprovação, pessoas como o senhor Sears ou os pais de Connor Reed.

Jaz voltou à realidade. Estava na livraria. Olhou à sua volta. Nada mudara. Estava tudo como recordava.

– Lamento, senhor Sears – demorou alguns instantes a perceber que fora a sua voz que quebrara o silêncio. – Parece-me que não vou vender-lhe a livraria.

– O quê?

– Muito bem.

Jaz captou claramente a satisfação na voz de Richard, mas não a entendeu. Percebeu que a pressão desaparecera do seu peito.