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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2009 Allison Lee Johnson

© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Novas ilusões, n.º 1287 - Agosto 2016

Título original: A Weaver Baby

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em português em 2011

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Bianca e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-8550-9

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Capítulo 16

Capítulo 17

Epílogo

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Prólogo

 

– Cabeças para cima – disse alguém com um sotaque marcado. – Vem com Sua Alteza Real.

J. D. Clay esboçou um sorriso irónico para Miguel.

– Não pode ser assim tão má.

O dono dos cavalos puro-sangue com que Miguel Pérez e ela trabalhavam era casado com a «alteza». Jake e Tiffany Forrest tinham dois filhos gémeos, ainda que, no pouco tempo que passara a trabalhar nos estábulos Forrest’s Crossing, J. D. não tivesse visto as crianças.

– É pior – disse Miguel, entredentes e com uma sorriso amplo, enquanto o casal em questão se dirigia para eles. – Linda e nada boa para o chefe.

J. D. aprendera que nos estábulos corriam sempre rumores, especialmente sobre Jake e a sua esposa, a rainha beleza. Aquela mulher devia estar num ecrã de cinema e não ali, com todo aquele pó sob os seus pés e o cheiro dos excrementos de cavalo no ar.

Tiffany Forrest tinha uma pele de marfim e o cabelo preto. Era uma versão moderna da Branca de Neve, embora tivesse na cabeça um chapéu que teria o valor de uma mina inteira dos anões. E Jake, o seu marido alto e atlético, era simplesmente a descrição que aparecia nos dicionários sob as palavras «alto, moreno e bonito». Juntos eram... Bom, dizer «impressionantes» não chegava para os descrever.

Pararam junto dos estábulos coroados por umas placas elegantes de bronze com as iniciais «F. C.» e J. D. viu o olhar castanho intenso do homem a percorrer os cavalos puro-sangue que havia lá dentro. Um, Cruz de Metal, correria no Derby de Kentucky naquela mesma tarde. A sua companheira de estábulo, Cruz de Junho, ganhara o Kentucky Oaks, uma corrida só para éguas.

– Tudo pronto, Miguel?

– Sim, sim – respondeu Miguel, em espanhol. Era peruano e o treinador chefe do Forrest’s Crossing. – Metal vai conseguir este ano.

– É isso que quero ouvir – os olhos cor de café de Jake pousaram atrás de Miguel. – J. D., está tudo bem com a nossa égua?

Antes de conseguir responder, a mulher resplandecente que ele tinha ao seu lado olhou para ele com um sorriso que só o brilho das jóias que tinha à volta do pescoço conseguia superar.

– Jake, estão todos à espera – recordou.

– Temos tempo – garantiu ele. Ainda continuava a olhar para ambos e perdeu a careta sexy que a sua esposa fez.

– Junho está numa forma esplêndida, senhor Forrest – disse J. D., ao passar por baixo do pescoço de Junho para escovar suavemente o flanco da bonita égua.

Não precisou de ver o brilho de superioridade nos olhos da senhora Forrest para saber que o seu lugar era dentro do estábulo e não fora.

– Metal vai correr tão bem como Junho fez ontem – concluiu.

Jake sorriu ao rodear a minúscula cintura da sua esposa e virou-se.

– Nesse caso, ver-te-emos no círculo dos vencedores, não é assim?

– Oh, Jake! – J. D. conseguiu ouvir Tiffany a rir-se suavemente enquanto se afastava com o seu marido. – Não dês esperanças a essa pobre rapariga. Não vai estar lá connosco.

Continuou a escovar Junho. Sabia que se Metal chegasse ao círculo dos vencedores, só os proprietários, o seu treinador e o cavaleiro sorririam para as fotografias e aceitariam os troféus. Ela estaria atrás, a limpar as quadras e a polir os arreios, porque fazia parte dos empregados dos estábulos enquanto o casal fazia parte do grupo dos milionários.

Mas não se importava.

Preferia estar com os cavalos porque eles nunca a decepcionavam. E ela nunca os decepcionava.

Capítulo 1

 

Cinco anos depois

 

– Não saíste com o resto dos rapazes? – a voz de Jake era profunda e, em algum canto da sua mente, J. D. comparava-a com a sensação que um lençol suave causava ao deslizar sobre a sua pele nua.

– Não queria incomodá-los – esboçou um sorriso por cima do ombro. Era a única rapariga em todo o estábulo e nunca fizera parte do grupo. Era apenas a assistente do treinador de cavalos, embora, dessa vez, a sua opinião sobre Latitude fosse acertada.

Desde que saíra disparado do seu compartimento, o cavalo fora pura poesia em movimento. Correra tão bem como J. D. esperara, de modo que de toda a equipa do estábulo Forrest’s Crossing, ela fora a menos surpreendida.

E, à excepção de Jake, o dono de Latitude, provavelmente fora a que se sentira mais feliz.

A satisfação curvava os seus lábios continuamente e nem sequer se importava que Miguel tivesse ficado com a glória do triunfo de Latitude. Mostrara-se eufórico, convidara todo o estábulo para ir beber uns copos e parecia que estavam preparados para continuar com a celebração.

Embora fosse tarde, J. D. continuava a celebrar também, mas ela preferia fazê-lo na companhia do verdadeiro vencedor.

Cruzou os braços sobre a barra da quadra e observou ao cavalo, que mascava a sua comida fresca como se não tivesse feito nada importante.

– É tão modesto. Devia estar a usar uma coroa.

– A Coroa Tripla – murmurou Jack, atrás dela.

Esse calafrio voltou a percorrer-lhe as costas. Gostaria de o atribuir ao facto de Latitude se juntar aos poucos cavalos da história que tinham alcançado o sucesso cobiçado, mas nunca gostara de mentir.

O calafrio fora causado por Jake.

– Para que tenha a oportunidade de a conseguir, falta quase um ano – disse ela. – E quem sabe o que Miguel quererá fazer nesse tempo – Miguel despedia as pessoas sem prévio aviso. O facto de ela ter sobrevivido à sua natureza volúvel durante cinco anos era um recorde para os estábulos Forrest’s Crossing.

– Se for inteligente, deixar-te-á trabalhar sozinha com Latitude. De todos os modos, Miguel está mais interessado em Cruz de Platina – Platina era filho de um dos cavalos de mais sucesso no Forrest’s Crossing, mas nem sequer Cruz de Metal trouxera a «coroa» para casa. Ganhara o Preakness e o Belmont, mas não o Derby. Nenhum dos cavalos de Jake conseguira fazê-lo.

Todos os anos, tentavam em Churchill Downs. A única coisa que mudava eram os nomes dos cavalos puro-sangue que corriam para ele e os nomes das mulheres elegantes com que andava de braço dado e que tinham entrado na sua vida desde o seu divórcio.

Jake cruzou os braços sobre o corrimão, junto dela, com uma garrafa aberta de Cristal numa mão e um copo elegante de champanhe na outra, que segurava como se se tratasse de uma simples chávena e uma garrafa de cerveja.

Mas o champanhe caro estava em consonância com a camisa de seda branca que vestia e o copo de vidro seria provavelmente uma das peças insubstituíveis e antigas que herdara do seu pai, tal como herdara o Forrest’s Crossing.

No entanto, não era a qualidade do champanhe nem o serviço de copos que a deixava nervosa, porque ela também vinha de uma família rica, embora não à escala da de Jake.

A família de Jake era a dona da Forco, uma das maiores empresas de têxteis do país. Para ele, os cavalos puro-sangue eram apenas uma paixão que podia permitir-se desfrutar.

Não, o que a deixara nervosa fora outra coisa.

Ele.

Desviou o olhar dos seus braços e dos seus dedos compridos para se concentrar no cavalo enquanto, com discrição, tentava criar um pouco de espaço entre os dois. Precisava de espaço para conseguir respirar.

– Miguel voltará a encarregar-se agora que viu o que Latitude é capaz de fazer – disse ela.

– E isso incomoda-te? – Jake mexeu-se ligeiramente e com o seu braço tocou no de J. D. Ela susteve a respiração.

– O facto de serem os primeiros a atravessar a linha da meta não é o que mais adoro nos cavalos – replicou.

Latitude soprou e esticou o seu pescoço sobre o corrimão para tocar com o focinho no ombro de J. D.

– Comporta-te – disse-lhe Jake, acariciando-lhe a cabeça.

– Só quer isto – J. D. tirou um rebuçado de menta do bolso do seu pólo, que tinha as iniciais «F. C.» bordadas. Desembrulhou-o e deu-lhe.

Ansioso, Latitude tirou-lhe o rebuçado da mão.

– Não o culpo – Jake sorriu ligeiramente e o seu olhar pareceu ficar preso na t-shirt de J. D.

Ou mais concretamente no bolso que tinha sobre o seu peito.

Para dizer a verdade, tinham passado anos desde a última vez que seduzira, mas ainda sabia o suficiente para reconhecer o interesse de um homem quando estava à frente do seu nariz.

As faces arderam-lhe quando os mamilos se marcaram sob o algodão cor de manteiga.

Recuou com a intenção de continuar a manter a distância.

Se tivesse reagido tão ardentemente com Donovan, talvez não tivessem acabado há seis anos, mas a ruptura fora inevitável porque Donny nunca gostara de estar em segundo lugar, depois dos seus cavalos amados. E sobretudo, não gostava que houvesse outro homem à frente dele: Troy.

Mas J. D. aprendera a lição.

Se se concentrasse nos cavalos, ninguém sairia ferido.

Conseguia sentir a emoção a aumentar na sua cara e evitou o olhar de Jake. Estar louca pelo dono dos cavalos que tanto amava não era o mais aconselhável se quisesse triunfar num mundo maioritariamente de homens. E até ao momento estivera a sair-se bem porque era apenas uma rapariga simples para quem ele nunca olhava duas vezes e muito menos do modo como estava a olhar para ela naquele momento.

– Passa-se alguma coisa? Estás muito... corada.

– Ainda não estou habituada à humidade que daqui – disse, como desculpa.

– É só uma noite quente do sul – respondeu-lhe, num tom doce.

Ela tinha outro rebuçado de menta no bolso do pólo e questionou-se se chegaria a derreter-se com o calor do seu corpo.

– Com uma percentagem de humidade muito alta.

Jake inclinou a garrafa de champanhe sobre o copo e um líquido resplandecente e dourado começou a cair, formando bolhas.

– Talvez isto te ajude a refrescar.

Ela não conseguiu evitar rir-se.

– Penso que já bebi demasiado – a primeira garrafa fora aberta na pista, em Nova Iorque, e a essa garrafa tinham-se seguido muitas mais durante o voo no jacto privado de Jake.

– Sim, mas não bebeste Cristal. Vá lá, J. D., anima-te, é só uma noite.

Sabia que devia rejeitar o convite, mas mesmo assim pegou no copo suave e delicado, tocando nos dedos quentes de Jake.

Sentiu um aperto no coração e não foi capaz de parar de olhar para ele.

– Não sou uma rapariga de champanhe.

– E que tipo de rapariga és?

– Café puro e forte quando está frio e uma cerveja fresca quando faz calor.

Ele sorriu.

– Trata-se de uma ocasião especial, Latitude ganhou a sua primeira corrida. Uma de muitas, se tudo correr bem – pôs um dedo sob a base do copo e fê-la beber. – Anima-te. Talvez até gostes.

Mas J. D. receava que houvesse muitas outras coisas de que podia começar a gostar.

O champanhe estava no fundo da lista e Jake Forrest estava no princípio.

No entanto, levou o copo aos lábios e inalou o cheiro enquanto bebia um gole, sem conseguir evitar que lhe escapasse um suspiro.

– Sabia que gostarias – disse-lhe Jake, ao tirar-lhe o copo e pousar os seus lábios exactamente onde ela pusera os dela.

J. D. engoliu em seco e recuou. Havia certas tentações que era melhor evitar. Deslizou as mãos sobre as suas calças de ganga para esconder que estavam a tremer e endireitou-se.

– Está a tornar-se tarde. Será melhor...

– Tens medo de mim, J. D.?

– Claro que não – teria sido mais fácil sentir medo.

– Então, porque estás a preparar-te para fugir a correr?

Ela abriu a boca para protestar, embora fosse verdade, estava a preparar-se para fugir. E, no entanto, quando ele levantou o copo e o pôs contra os seus lábios, ficou paralisada.

– Porque estás nervosa?

Sentia-se como se o seu sangue estivesse a ferver.

– Por nada – tirou-lhe o copo das mãos, bebeu o que restava e devolveu-lhe. Quando ele não o agarrou, deixou-o sobre o corrimão da quadra. – Boa noite, senhor Forrest!

Quando se virou para se ir embora, ele parou-a, pondo-lhe uma mão no ombro.

– Quase todos os empregados me chamam Jake – foi deslizando os dedos sobre o seu braço e parou-os ao chegar ao pulso. – Mas tu não, nem sequer depois de todos estes anos. Porquê?

– Eu gosto de manter uma atitude profissional – embora, infelizmente, o tom da sua voz não dissesse o mesmo.

– Tu és o profissionalismo em pessoa.

– Desculpe, mas agora não me vejo assim.

– O teu trabalho está assegurado, aconteça o que acontecer, mas se insistes em ir-te embora, leva isto – deu-lhe o copo. – Tu, mais do que qualquer outro, ganhaste hoje um copo deste champanhe delicioso.

– Latitude fez o trabalho todo.

– Latitude correu por ti. Miguel queria vendê-lo até tu começares a trabalhar com ele.

Ela aceitou o copo e, quando bebeu mais um gole, sentiu que a cabeça dava voltas e, de repente, sentiu que as pontas das suas botas raspadas estavam a tocar contra as botas de Jake. Não saberia dizer se foi ele que a rodeou pela cintura ou se foi ela que lhe pôs uma mão no peito, mas o copo ficou no meio dos dois quando os seus lábios se encontraram.

O champanhe não era nada em comparação com um beijo de Jake Forrest.

Fê-la sentir-se fraca. Deliciosamente fraca. E não haveria nada que a convencesse de que com um único beijo bastaria.

Não, quando sentia uma mão de Jake sobre as suas costas; não, quando a outra mão lhe acariciou o ombro, uma face e se enredou entre o seu cabelo para lhe deitar a cabeça para trás. Não, quando o ouviu murmurar o seu nome antes de voltar a beijá-la nos lábios.

O copo caiu ao chão e Jake pegou em J. D. ao colo.

– Ainda queres fugir?

Ela conseguia sentir o seu coração acelerado contra o dele e agarrou-se aos ombros largos de Jake. Os seus rostos estavam tão perto que poderia ter contado cada uma das pestanas pretas que emolduravam o seu olhar brilhante.

– Quer que o faça?

Levou-a contra a parede e pôs-lhe as coxas à volta da cintura.

– O que te parece?

– Senhor Forr...

– Jake – corrigiu-a.

Acariciava-lhe o pescoço.

– Jake – poderia ter-lhe dito tudo para que não acabasse com a intensidade do beijo. – Jake – repetiu, com um gemido suave quando ele pôs todo o peso do seu corpo contra o dela. Deslizou as mãos sobre a seda que lhe cobria as costas e levantou-a até sentir a sua pele acetinada.

Ele pousou as mãos sobre as suas nádegas e ela ouviu vagamente o barulho do vidro sob as suas botas quando ele pegou nela ao colo para a levar para uma das quadras. Pô-la no chão, ajoelhou-se e foi tirando a t-shirt enquanto lhe beijava a barriga. J. D. segurou nas mãos dele e pousou-as sobre os seus seios.

Os dedos de Jake afastaram o tecido de renda do sutiã para acariciar os seus mamilos, fazendo com que a percorresse uma sensação deliciosa.

J. D. tirou a t-shirt e ajoelhou-se. Sentia o fogo que ardia nos olhos de Jake e não conseguiu parar de olhar para ele enquanto ele afastava os seus dedos dos seios dela para abrir o fecho das calças de ganga.

– Não pares agora – sussurrou-lhe ela. Antes de conseguir tirar-lhe as calças, estendeu-a sobre a palha e tirou-lhe as botas.

As mãos de J. D. acariciavam-no, impacientes, mas Jake levantou-se, deixando-a ali deitada, com falta de ar e a arder de desejo, enquanto ele tirava as botas e a camisa de seda.

J. D. sentiu a boca seca ao vê-lo despir-se por completo.

Não era exactamente virgem, tivera duas relações anteriores, mas era bom já estar deitada no chão, pois ver aquela imagem gloriosa masculina deixou-a sem forças.

Uns pêlos escuros cobriam o seu peito musculado e apertavam-se numa linha fina que atravessava os seus abdominais marcados.

Imediatamente, ele começou a tirar-lhe as calças de ganga. Apertou os lábios contra o seu umbigo e o calor que ela sentiu por dentro quase fez com que se levantasse do chão bruscamente.

– O que se passou? – perguntou-lhe ele, enquanto acariciava uma cicatriz que aparecia sobre as suas cuecas cor-de-rosa.

– Um cavalo pisou-me.

– Deve ter doído.

– Quando se trabalha com cavalos, é possível magoar-se a qualquer momento.

– Eu tinha cinco anos da primeira vez que caí de um cavalo.

J. D. mexeu-se, impaciente, e ele devia ter percebido, pois, enquanto lhe beijava a cicatriz, deslizou a pequena peça de roupa interior sobre as suas coxas com uma intensidade que a fez sentir-se perfeitamente bela e livre de cicatrizes.

– Tens a certeza? – sussurrou contra a sua barriga.

– Estou cheia de vontade de o fazer – respondeu, mexendo as coxas.

– Impaciente – disse ele, ao deitar-se em cima dela. – Eu gosto.

Quis mordê-lo nos ombros quando ele não se mexeu tão depressa como ela desejava e empurrou-o para se sentar em cima dele com uma rapidez que o fez sorrir.

– Estou impaciente. Há muito tempo que não faço isto – e, com um movimento suave, aceitou-o dentro do seu corpo.

Sentiu falta de ar. O seu coração parou.

O mundo poderia ter parado também, embora ela estivesse demasiado ocupada a ver o prazer que se reflectia no rosto de Jake para se aperceber. Ele ofegou e pôs as mãos à volta das suas ancas.

– Quanto tempo?

Ela abanou a cabeça. Como podia importar-se com os detalhes de coisas que não podiam comparar-se com aquilo?

– Não importa. Anos – lentamente, mexeu as ancas contra ele e, com um instinto feminino, soube que para Jake estava a ser tão perfeito como para ela.

– És perigosa.

– Da próxima vez, pensa duas vezes antes de me dares Cristal para beber.

Jake deitou-a sobre a palha e penetrou-a com mais intensidade.

– És incrível – sussurrou, contra o seu ouvido.

– Jake... – sentiu um clímax a invadi-la a grande velocidade.

– Esquece a noite quente de Verão. É uma tempestade.

J. D. gemeu. O que estava a sentir intensificou-se devido ao facto de Jake estar ali com ela a partilhar a mesma satisfação.

O prazer que lhe percorreu as veias fazendo-a arder desde os dedos até à alma pareceu não ter fim. E talvez não tivesse, pois, quando Jake conteve finalmente um gemido e se deitou de costas, soube que o mundo podia ter parado de repente e ela não teria sabido.

– Ena... – murmurou ele imediatamente.

– Penso que ainda estou a vibrar.

Jake riu-se.

– Querida, um elogio como este é... – disse, num tom carregado de sensualidade. – Penso que o que sentes pode ser o meu telemóvel – endireitou-se e tirou as suas calças de baixo do corpo de J. D. Com o telemóvel entre as mãos e lançando-lhe um olhar carregado de humor e atrevimento, acrescentou: – Não vou poder voltar a falar neste telemóvel sem pensar em... hoje.

Mas quando o telefone voltou a vibrar e ele olhou para o ecrã, aquela expressão apagou-se do seu rosto e, apesar de a noite ser tão quente, J. D. sentiu um calafrio.

Jake carregou num botão e pôs o telefone junto da orelha.

– Tiffany. O que é que as crianças fizeram desta vez?