Contos de Grimm

Contos de Grimm

Coleção Completa

Jacob Grimm

Wilhelm Grimm

Oregan Publishing

Índice

1. O Rei Sapo ou Henrique de Ferro

2. Gato e rato em companhia

3. A protegida de Maria

4. A história do jovem em busca de saber o que é o medo

5. O lobo e as sete crianças

6. O fiel João

7. O bom negócio

8. O músico maravilhoso

9. Os doze irmãos

10. Gentalha

11. Irmãozinho e irmãzinha (O gamo encantado)

12. Rapunzel

13. Os três homenzinhos na floresta

14. As três fiandeiras

15. Joãozinho e Margarida (Hansel e Gretel)

16. As três folhas da serpente

17. A serpente branca

18. A palhinha, a brasa e o feijão

19. O pescador e sua mulher

20. O pequeno alfaiate valente

21. Cinderela

22. O enigma

23. O ratinho, o passarinho e a linguiça

24. A Senhora Holle (Dona Flocos de Neve)

25. Os sete corvos

26. Chapeuzinho Vermelho

27. Os músicos da cidade de Bremen

28. O osso cantador

29. Os três cabelos de ouro do Diabo

30. O piolho e a pulga

31. A moça sem mãos

32. João, o sensato

33. As três linguagens

34. Elsie, a sensata

35. O alfaiate no Paraíso

36. Mesinha põe-te, burro de ouro e bordão sai-do-saco

37. O Pequeno Polegar

38. O casamento de Dona Raposa

39. Os gnomos (Histórias de anões)

40. O noivo salteador

41. O Senhor Korbes

42. O senhor compadre

43. Dona Trude

44. Comadre Morte

45. A viagem do Pequeno Polegar

46. O estranho pássaro

47. A amoreira

48. O velho Sultão

49. Os seis cisnes

50. Rosicler (A Bela Adormecida no Bosque)

51. Pássaro-achado

52. O rei Barba de Tordo

53. Branca de Neve

54. A mochila, o chapeuzinho e a corneta

55. Rumpelstilzinho

56. O querido Rolando

57. O pássaro de ouro

58. O cão e o pardal

59. Frederico e Catarina

60. Os dois irmãos

61. O camponesinho

62. A rainha das abelhas

63. As três plumas

64. O ganso de ouro

65. Pele de bicho

66. A noiva do coelhinho

67. Os doze caçadores

68. O ladrão e seu mestre

69. Jorinda e Jorindo

70. Os três irmãos afortunados

71. Os seis que tudo conseguiam

72. O lobo e o homem

73. O lobo e a raposa

74. A raposa e a comadre

75. A raposa e o gato

76. O cravo

77. Margarida, a espertalhona

78. O avô e o netinho

79. A ondina

80. A morte da franguinha

81. O Irmão Folgazão

82. João Jogatudo

83. João, o felizardo

84. O casamento de João

85. Os filhos de ouro

86. A raposa e os gansos

87. O pobre e o rico

88. Uma andorinha que canta e pula

89. A pastorinha de gansos

90. O jovem gigante

91. O gnomo

92. O rei da Montanha Dourada

93. O corvo

94. A camponesinha sagaz

95. O velho Hildebrand

96. Os três passarinhos

97. A Agua da Vida

98. O doutor Sabetudo

99. O espirito na garrafa

100. O fuliginoso irmão do diabo

101. Pele de urso

102. O urso e a carriça

103. O mingau doce

104. Os espertalhões

105. Contos de rãs

106. O pobre moço do moinho e a gatinha

107. Os dois companheiros de viagem

108. João-Ouriço

109. A mortalha do menino

110. O judeu no meio dos espinhos

111. O caçador habilitado

112. O mangual do céu

113. O príncipe e a princesa

114. O alfaiatinho intrépido

115. A luz do sol o revelara

116. A luz azul

117. O menino teimoso

118. Os três cirurgiões

119. Os sete suábios

120. Os três empregados

121. O príncipe sem medo

122. A alface magica

123. A velha do bosque

124. Os três irmãos

125. O diabo e sua avó

126. Fernando fiel e Fernando infiel

127. O fogão de ferro

128. A fiandeira preguiçosa

129. Os quatro irmãos habilidosos

130. Olhinho, Doisolhinhos, Trêsolhinhos

131. A bela Catarina e Poldo Pif Paf

132. A raposa e o cavalo

133. Os sapatos estragados

134. Os seis criados

135. A noiva branca e a noiva preta

136. João de Ferro

137. As três princesas pretas

138. Nicolau e seus três filhos

139. A donzela de Brakel

140. As comadres

141. O cordeirinho e o peixinho

142. A montanha Simeli

143. O vagamundo

144. O burrinho

145. O filho ingrato

146. O nabo

147. O fogo rejuvenescedor

148. Os animais do Senhor e os do Diabo

149. A trave do galo

150. A velha mendiga

151. Os três preguiçosos / Os doze criados preguiçosos

152. O pastorzinho

153. As moedas caídas do céu

154. As moedas roubadas

155. A escolha da noiva

156. A desperdiçada

157. O pardal e seus quatro filhos

158. No país do Arco-da-Velha

159. Lengalenga de mentiras

160. Adivinhação

161. Branca-de-Neve e Rosa-Vermelha

162. O criado esperto

163. O esquife de vidro

164. Henrique, o preguiçoso

165. O Grifo

166. João o destemido

167. O camponesinho no Céu

168. A magra Elisa

169. A casa na floresta

170. Como se repartem alegrias e sofrimentos

171. A carriça (Rei da capoeira)

172. A solha

173. A pega e o alcaravão

174. O mocho

175. A lua

176. O termo da vida

177. Os mensageiros da morte

178. Nariz-de-Palmo-e-Meio

179. A guardadora de gansos no regato

180. Os filhos de Eva

181. A ondina do lago

182. Os presentes do povo pequenino

183. O gigante e o alfaiate

184. O prego

185. O pobre rapaz na sepultura

186. A verdadeira noiva

187. A lebre e o ouriço

188. O fuso, a lançadeira e a agulha

189. O camponês e o diabo

190. As migalhas sobre a mesa

191. O ouriço do mar

192. O ladrão mestre

193. Tamborzinho

194. A espiga de trigo

195. Os guardas da sepultura

196. O velho Rink Rank

197. A bola de cristal

198. A donzela Malvina

199. As botas de búfalo

200. A chave de ouro

201. São José na floresta

202. Os doze Apóstolos

203. A rosa

204. Pobreza e humildade levam ao Céu

205. O manjar divino

206. Os três raminhos verdes

207. O copinho de Nossa Senhora

208. A velha mãezinha

209. O festim celestial

210. A vara de aveleira

1

O Rei Sapo ou Henrique de Ferro

Em muitos tempos remotos, quando ainda os desejos podiam ser realizados, houve um Rei cujas filhas eram muito bonitas. A caçula, sobretudo, era tão linda que até o sol, que já vira tantas e tantas coisas, extasiava-se quando projetava os raios naquele semblante encantador. Perto do castelo do Rei, havia uma floresta sombreada e, na floresta, uma frondosa tília, à sombra da qual existia uma fonte de águas cristalinas. Nos dias em que o calor se fazia sentir mais intenso, a princesinha refugiava-se nesse recanto e, sentada à margem da fonte, distraía-se brincando com uma bola de ouro, que atirava ao ar e apanhava agilmente entre as mãos; era o seu jogo predileto.

Certo dia, porém, quando assim se divertia, a bola fugiu-lhes das mãos, rolando para dentro da água. A princesa, desapontada, seguiu-lhe a evolução, mas a bola sumiu na água da fonte, que era tão profunda que não se lhe via o fundo. Desatou, então, a chorar inconsolavelmente . E, eis que, em meio dos lamentos, ouviu uma voz perguntar-lhe:

- Que tens, linda princesinha? Qual a razão desse pranto desolado, que comove até as pedras?

Ela olhou para todos os lados a fim de descobrir de onde provinha essa voz e deparou com um sapo, que estendia para fora da água a disforme cabeça.

- Ah! És tu, velho patinhador? - disse a princesa. - Estou chorando porque perdi minha bola de ouro, que desapareceu dentro da água.

- Ora, não chores mais! - volveu o sapo. - Vou ajudar-te a recuperá-la. Mas que me darás em troca, se eu trouxer tua bola?

- Tudo o que quiseres, bondoso sapo. Eu te darei meus vestidos, minhas pérolas e minhas joias preciosas: até mesmo a coroa de ouro que tenho na cabeça, - respondeu alvoroçada a princesa.

- Nada disso eu quero; nem teus vestidos, nem tuas joias, nem tampouco tua coroa de ouro. Outra coisa quero de ti. Quero que me queiras bem, que me permitas ser teu amigo e companheiro de folguedos. Quero que me deixes sentar contigo à mesa e comer no teu pratinho de ouro e beber no teu copinho. À noite me deitarás junto de ti, na tua caminha. Se me prometeres isto tudo. descerei ao fundo da fonte e trar-te-ei a bola de ouro, - propôs o sapo.

- Oh! sim, sim! - retorquia ela; - prometo tudo o que quiseres, contando que me tragas a bola.

Pensava, porém, de si para si: "O que e que está pretendendo este sapo tolo, que vive na agua coaxando

com os seus iguais? Jamais poderá ser o companheiro de uma criatura humana!"

Confiando, pois, na promessa que lhe fora feita, o sapo mergulhou, reaparecendo, daí a pouco, com a bola de ouro, que atirou delicadamente ao gramado. A princesinha, radiante de alegria por ter recuperado o lindo brinquedo, agarrou-o e deitou a correr para casa.

- Espera! Espera! - gritava o pobre sapo; - leva- me contigo, pois não posso correr como tu!

De nada lhe valia, porém, gritar com todas as forças dos pulmões o aflito "quac, quac, quac"; a filha do Rei não lhe deu a menor atenção, correu para o palácio, onde não tardou a esquecer o pobre bichinho e a promessa que lhe fizera no momento de apuro.

No dia seguinte, quando se achava tranquilamente à mesa com o Rei e toda a corte, justamente quando comia no seu pratinho do ouro, ouviu: - "plisch, plasch, plisch, plasch," algo subindo a vasta escadaria de mar more, avançando até chegar diante da porta. Ali bateu, gritando:

- Filha do Rei, caçula, abre a porta!

Ela correu a ver quem assim a chamava. Mas, ao abrir a porta, viu à sua frente o pobre sapo. Fechou-a, rapidamente, e voltou a sentar-se à mesa, com o coração aos pulos. O Rei, que a observara, percebeu o palpitar de seu coração. Perguntou:

- Que tens, minha filhinha? Há, por acaso, algum gigante aí fora querendo levar-te?

Oh! não. Não é nenhum gigante, apenas um sapo horrível, - respondeu, ainda pálida, a princesa.

- E o que deseja de ti?

Meio constrangida ela contou o que se passara:

- Meu paizinho querido, ontem, quando brincava com a bola de ouro junto à fonte, lá na floresta, ela caiu-me das mãos e rolou para dentro da fonte. Desatei a chorar e a lastimar-me, quando, de repente, vi surgir esse sapo feio que se ofereceu para auxiliar-me. Exigiu, porém, minha promessa de gostar dele, tomá-lo como amigo e companheiro de folguedos; eu, ansiosa por reaver a bola, prometi tudo o que me pediu, certa de que ele jamais conseguisse viver fora da água. Ei-lo aí, agora, querendo entrar e ficar a meu lado!

Entrementes, ouviu-se bater, novamente, à porta e a voz insistir:


- Filha do Rei, caçula,

abre-me a poria.

Não esqueças a promessa

que me fizeste tão depressa

junto à fonte da floresta.

Filha do Rei, caçula,

abre-me a porta!...


O Rei disse, então, à filha:

- Aquilo que prometeste deves cumprir. Vai, pois, abre a porta e deixa-o entrar.

A princesa não teve remédio senão obedecer. Quando abriu a porta, o sapo pulou rapidamente para dentro da sala e, juntinho dela, foi saltitando até sua cadeira. Uma vez aí, pediu:

- Ergue-me, coloca-me à tua altura.

A princesa relutava contrariada, mas o Rei ordenou que obedecesse.

Assim que se viu sobre a cadeira, o sapo pediu para subir na mesa, dizendo:

- Aproxima de mim teu pratinho de ouro para que possamos comer juntos.

Muito a contragosto a princesinha acedeu; mas, enquanto o sapo se deliciava com as finas iguarias, ela não conseguia engulir os bocados que lhe ficavam atravessados na garganta. Por fim, ele disse:

- Comi muito bem, estou satisfeitíssimo. Sinto-me, porém, muito cansado, leva-me para teu quarto, prepara tua caminha de seda e deitemo-nos, sim?

Ante essa nova exigência, a princesa não se conteve e desatou a chorar. Sentia horror em tocar aquela pele gélida e asquerosa do sapo e, mais ainda, ter de dormir com êle em sua linda caminha alva, de lençóis de seda. O Rei, porém, zangando-se, repreendeu-a:

- Não podes desprezar quem te valeu no momento de aflição.

Não vendo outra alternativa, a princesinha armou-se de coragem, agarrou com a ponta dos dedos o sapo repelente, carregou-o para o quarto, onde o atirou para um canto, decidida a ignorá-lo definitivamente. Pouco depois, quando já deitada, dispunha-se a dormir, viu-o aproximar-se saltitando:

- Estou cansado, quero dormir confortavelmente como tu. Ergue-me, deixa-me dormir junto de ti, se não chamarei teu pai.

A princesinha, então, cheia de cólera, agarrou-o e, com toda a força, atirou-o de encontro à parede.

- Agora te calarás, sapo imundo, e me deixarás finalmente em paz!

Mas, oh! Que via? Ao estatelar-se no chão, o sapo imundo, que, por vontade do pai era seu amigo e companheiro, transformou-se, assumindo as formas de um belo príncipe de olhos meigos e carinhosos. Contou-lhe ele, então, como havia sido encantado por uma bruxa má e que ninguém, senão ela, a princesinha, tinha o poder de desencantá-lo.

Combinaram, ainda, que, no dia seguinte, partiriam para seu reino.

Em seguida, adormeceram. Quando a aurora despontou e o sol os despertou, chegou uma belíssima carruagem atrelada com oito esplêndidos corcéis alvos como a neve, de cabeças empenachadas com plumas de avestruz e ajaezados de ouro. Vinha, atrás, o fiel Henrique, escudeiro do jovem Rei.

O fiel Henrique ficara tão aflito quando seu amo fora transformado em sapo, que mandara colocar três aros de ouro em volta do próprio coração, para que este não arrebentasse de dor. Agora, porém, a carruagem ia levar o jovem Rei de volta ao reino. O fiel Henrique fê-lo subir com a jovem esposa e sentou-se atrás, cheio de alegria por ver o amo enfim liberto e feliz.

Quando haviam percorrido bom trecho de caminho, o príncipe ouviu um estalo, como se algo na carruagem se tivesse partido. Voltou-se e gritou:


- Henrique, a carruagem está quebrando!

- Não, meu Senhor, a carruagem não;

é apenas um aro do meu coração.

- Ele estava imerso na aflição,

quando, em sapo transformado,

estáveis na fonte, abandonado.


Duas vezes ainda, ouviu-se o estalo durante a viagem e, de cada vez, o príncipe julgou que se quebrava a carruagem. Mas Henrique tranquilizou-o explicando que apenas os aros se haviam quebrado, saltando-lhe do coração, pois que, agora, seu amo e Senhor estava livre e feliz.

2

Gato e rato em companhia

Um gato tinha feito o conhecimento de um rato, e tinha dito que ele fez amor e amizade, enfim o mouse concordou em casar com ele e viver juntos. "Mas temos que pensar sobre o inverno, porque senão passam fome," disse o gato. "Tu, ratinho, não pode se aventurar em todos os lugares, finalmente pego em uma armadilha." Seguindo, então, esse conselho pró-ativa, comprei um pote de manteiga. Mas então ele introduziu o problema de onde ele iria manter até que, após longa reflexão, o gato, "Olha, o melhor lugar é a igreja. Aqui ninguém se atreve a roubar nada. É sob o altar e não tocá-lo até que seja necessário. "Então, o pote foi armazenado de forma segura. Mas o tempo não muito tinha passado quando, um dia, o gato parecia tentar o doce e disse que o mouse, "Hey mouse, pouco, um primo meu me fez o padrinho de seu filho nasceu-lhe apenas um garotinho com manchas de pele branca marrom, e quer-me para levá-lo à pia batismal. Então, hoje eu tenho que sair, você cuidar da casa. "-" Muito bem ," respondeu o rato," Vai-te em nome de Deus, e se você receber algo bom para comer, lembre-se de mim. Eu também gostaria de beber um pouco de vinho do partido. "Mas foi tudo mentira, e que o gato não tinha primo, e pediu para ser o padrinho. Ele foi direto para a igreja, rastejou até o pote de gordura, começou a lamber e ser lambido fora da camada externa. Em seguida, aproveitou a oportunidade para dar um passeio sobre os telhados da cidade, em seguida, colocar no sol, lambendo os bigodes sempre que ele se lembrou da panela de gordura. Não voltar para casa até escurecer. "Bem, você está de volta," disse o rato ," certamente deve ter tido um bom dia." - "Nada mal," respondeu o gato. "O nome que eles dão à criança?," Perguntou o mouse. "Off," disse o gato muito friamente. "Originalmente," exclamou seu amigo "Vá nome estranho e raro! É comum em sua família? "-" O que isso importa "disse o Gato. "Não é pior do que Robamigas, como são seus pais." Pouco depois que o gato era uma outra vontade, eo rato disse: "Você vai voltar para me o favor de cuidar da casa, mais uma vez pedir-me para ser o padrinho e como a criança tem um anel branco em torno do seu pescoço, eu não posso recusar. "O bom mouse, concordou, eo gato penetrou por trás do muro da cidade para ir à igreja, comeu metade do pote de gordura. "Nada tem um gosto tão bom," disse ele, a si mesmo como o que se come. E ele estava bastante satisfeito com a tarefa do dia. Ao chegar a casa o rato perguntou: "Como é que eles dão essa criança batizada" - "Metade," respondeu o gato. "" Metade? Que idéia! Eu nunca tinha ouvido esse nome eu aposto que não está no calendário. "Não demorou muito para que o gato vai fazer-lhe a boca outra vez para a água deliciosa. "As coisas boas sempre vão em grupos de três," disse o rato. "Mais uma vez eu pedi para ser o padrinho, desta vez, pouco é preto, só que tem patas brancas Caso contrário, não tem um fio de cabelo branco sobre o corpo. Isso acontece muito raramente. Não me deixe ir, né? "-" Originalmente, Half ," respondeu o mouse. "Esses nomes me dá muito que pensar." - "Como você o dia todo em casa com seu fraque cinza e sua longa trança," disse o gato, "Claro, você tem hobbies. . Estes pensamentos vêm para você não sair "Durante a ausência de seu companheiro, o mouse virou-se para ordenar a casa e deixá-lo como a prata, mas o gato ganancioso devorou??o resto da gordura do pote:" É bem verdade que um não à vontade até você ter limpado tudo ," disse para si mesmo, e saciado como um barril, não voltar para casa até tarde da noite. O rato não tinha tempo para perguntar o nome tinha sido dado para o terceiro filho. "Você não vai gostar também," disse o gato. "É chamado de Concluído." - "Concluído," disse o Rato. "Este é realmente o nome mais bizarro de todos. Nunca vi isso na imprensa. Pronto! O que isso significa? "Então ela balançou a cabeça, enrolada e fui dormir. Uma vez que ninguém convidou o gato para ser padrinho, até que, chegado o inverno ea ninharia escasso, porque nada estava nas ruas, o rato pensou em seus suprimentos de emergência. "Vá, gato, encontramos o pote de loja que gordura e agora vamos saborear boa." - "Sim," respondeu o gato, "você sabe quando você puxar a língua para fora da janela." Eles saíram e , para chegar à cache, lá estava o pote, de fato, mas vazio. "Ai de mim," disse o rato. "Agora eu entendo, agora eu vejo claramente o que um bom amigo que você é. Você comeu tudo, quando você estava servindo como padrinho, o primeiro fora, então a metade, então ... "-" Você vai calar a boca ," gritou o gato. "Se você adicionar outra palavra, eu devorar você" - "foi," já estava na boca do rato pobre. Ele não podia suportar a palavra, e não foi mal lançado, o gato saltou sobre ela, agarrou-a, engoliu um bocado. Assim são as coisas deste mundo.

3

A protegida de Maria

Na orla de uma extensa floresta morava um lenhador e sua esposa. Eles tinham apenas uma filha, que era uma menina de três anos. Mas eles eram tão pobres que não tinham mais o pão de cada dia e já não sabiam o que haveriam de dar-lhe para comer. Certa manhã o lenhador foi com grande preocupação até a floresta para cuidar de seu trabalho e, quando estava cortando lenha, lá apareceu de repente uma mulher alta e bela que trazia na cabeça uma coroa de estrelas cintilantes e lhe disse "Sou a Virgem Maria, mãe do Menino Jesus, e tu és pobre e necessitado: traga-me tua filha, vou levá-la comigo, ser sua mãe e cuidar dela." O lenhador obedeceu, foi buscar a filha e entregou-a à Virgem Maria, que a levou consigo para o Céu. Lá a menina passava muito bem, comia pão doce e bebia leite açucarado, e seus vestidos eram de ouro, e os anjinhos brincavam com ela. Quando completou quatorze anos, a Virgem Maria a chamou e disse "Querida menina, partirei em uma longa viagem; tome sob tua guarda as chaves das treze portas do reino celestial; tu poderás abrir doze delas e contemplar os esplendores que há lá dentro, mas a décima terceira, cuja chave é esta pequena aqui, está proibida para ti: cuidado para não abri-la, pois seria a tua infelicidade." A menina prometeu ser obediente e, quando a Virgem Maria havia partido, começou a olhar os cômodos do reino celestial: a cada dia abria um deles, até que todos os doze tinham sido vistos. Em cada um dos cômodos estava sentado um apóstolo cercado de grande esplendor, e toda aquela suntuosidade e magnificência dava grande alegria a ela, e os anjinhos, que sempre a acompanhavam, alegravam-se também. Até que, então, faltava apenas a porta proibida, e ela sentiu um grande desejo de saber o que estava escondido atrás dela. Por isso disse aos anjinhos "Não abrirei a porta por inteiro e também não entrarei, mas vou entreabri-la para olharmos um pouquinho pela fresta." - "Oh, não," disseram os anjinhos, "seria um pecado: a Virgem Maria proibiu fazer isso, além do mais, isso poderia facilmente trazer-te a desgraça." Então ela se calou, mas o desejo não silenciou em seu coração, mas, ao contrário, continuou roendo e corroendo-a com força, não lhe permitindo ficar em paz. E certa vez, quando os anjinhos haviam todos saído, pensou "Agora estou totalmente sozinha e poderia olhar lá dentro, afinal, ninguém ficará sabendo o que fiz." Procurou a chave e, tão logo a apanhou, enfiou-a na fechadura e, uma vez ela estando lá, sem pensar duas vezes, girou-a. A porta abriu de um salto e ela viu a Trindade sentada em meio ao fogo e à luz. Ficou parada um momento, observando tudo com assombro, depois tocou de leve com o dedo aquela luz, e o dedo ficou totalmente dourado. No mesmo instante foi tomada de intenso pavor, bateu a porta com força e correu dali. Mas o pavor não diminuía, ela podia fazer o que fosse mas o coração continuava batendo acelerado e não havia como acalmá-lo: assim também o ouro continuou no dedo e não saía de jeito algum, não importa o quanto lavasse e esfregasse.


Não passou muito tempo e a Virgem Maria retornou de sua viagem. Ela chamou a menina e solicitou as chaves de volta. Quando ela apresentou o molho, a Virgem olhou em seus olhos e perguntou: "E não abriste mesmo a décima terceira porta?" - "Não," respondeu. Então ela pousou a mão sobre o coração da menina e sentiu como ele estava batendo sobressaltado, de modo que percebeu que sua ordem tinha sido desobedecida e a porta fora aberta. Então perguntou mais uma vez: "Realmente não a abriste?" - "Não," respondeu a menina pela segunda vez. Aí a Virgem avistou o dedo que ficara dourado pelo toque do fogo celestial e teve certeza de que ela pecara, e perguntou pela terceira vez: "Não a abriste?" - "Não," respondeu a menina pela terceira vez. Então a Virgem Maria disse: "Tu não me obedeceste e além disso ainda mentiste, portanto não és mais digna de permanecer no Céu."


Nesse momento a menina caiu em profundo sono e quando despertou jazia lá embaixo sobre a terra em meio a um lugar agreste. Quis gritar, mas não conseguiu emitir qualquer som. Levantou-se de um salto e quis fugir, mas para onde quer que se dirigisse sempre era detida por sebes espinhosas que não conseguia atravessar. Nesse ermo em que estava encerrada havia uma velha árvore oca que agora teria de ser sua morada. Era lá para dentro que rastejava quando caía a noite, e era lá que dormia, e, quando vinham chuvas e tempestades, era lá que buscava abrigo. Levava uma vida lastimável, e quando recordava como tudo havia sido tão bom no Céu, e como os anjinhos costumavam brincar com ela, chorava amargamente. Raízes e frutas silvestres eram seus únicos alimentos, e ela os procurava ao redor até onde podia ir. No outono juntava as nozes e folhas que haviam caído no chão e levava-as para o oco da árvore; comia as nozes no inverno e, quando chegavam a neve e o gelo, arrastava-se como um animalzinho para debaixo das folhas para não sentir frio. Não demorou muito e suas vestimentas começaram a se rasgar e um pedaço após outro foi caindo do corpo. Tão logo o Sol voltava a brilhar trazendo o calor, ela saía e sentava-se diante da árvore e seus longos cabelos encobriam-na de todos os lados como um manto. Assim foi passando ano após ano e ela ia experimentando a miséria e sofrimento do mundo.


Uma vez, quando as árvores tinham acabado de cobrir-se outra vez de verde, o rei que lá reinava estava caçando na floresta e perseguia uma corça, e como esta havia se refugiado nos arbustos que rodeavam a clareira da floresta, ele desceu do cavalo e com sua espada foi arrancando o mato e abrindo caminho para poder passar. Quando finalmente chegou do outro lado, avistou sob a árvore uma donzela de maravilhosa beleza que lá estava sentada totalmente coberta até os dedos dos pés pelos seus cabelos dourados. Ficou parado admirando-a com assombro até que finalmente dirigiu-lhe a palavra e disse: "Quem és tu? Por que estás aqui no ermo?" Mas ela não respondeu, pois sua boca estava selada. O rei falou novamente: "Queres vir comigo até meu castelo?" Ela apenas assentiu levemente com a cabeça. Então o rei a tomou nos braços, carregou-a até seu corcel e cavalgou com ela para casa, e, quando chegou ao castelo real, ordenou que a vestissem com belos trajes e tudo lhe foi dado em abundância. Embora não pudesse falar, ela era afável e bela, e assim ele começou a amá-la do fundo de seu coração e, não demorou muito, casou-se com ela.


Quando se havia passado cerca de um ano, a rainha deu à luz um filho. Nessa mesma noite, quando estava deitada sozinha em seu leito, apareceu-lhe a Virgem Maria, que disse "Se quiseres dizer a verdade e confessar que abriste a porta proibida, destravarei tua boca e devolverei tua fala, mas se insistires no pecado e teimares em negar, levarei comigo teu filho recém-nascido." Nesse momento foi dado à rainha responder, porém ela manteve-se obstinada e disse: "Não, não abri a porta proibida," e a Virgem Maria tomou-lhe o filho recém-nascido dos braços e desapareceu com ele. Na manhã seguinte, quando não foi possível encontrar a criança, começou a correr um murmúrio no meio do povo de que a rainha comia carne humana e teria matado seu próprio filho. Ela ouvia tudo isso e não podia dizer nada em contrário, mas o rei recusou-se a acreditar naquilo porque a amava muito.


Depois de um ano nasceu mais um filho da rainha. Naquela noite voltou a parecer a Virgem Maria junto dela dizendo: "Se quiseres confessar que abriste a porta proibida, devolverei teu filho e soltarei tua língua; mas se insistires no pecado e negares, levarei também este recém-nascido comigo." Então a rainha disse novamente: "Não, não abri a porta proibida," e a Virgem tomou-lhe a criança dos braços e levou-a consigo para o Céu. De manhã, quando mais uma vez uma criança havia desaparecido, o povo afirmou em voz bem alta que a rainha a tinha devorado, e os conselheiros do rei exigiram que ela fosse levada a julgamento. Mas o rei a amava tanto que não quis acreditar em nada, e ordenou aos conselheiros que, se não estivessem dispostos a sofrer castigos corporais ou mesmo a pena de morte, que deixassem de insistir no assunto.


No ano seguinte a rainha deu à luz uma linda filhinha e, pela terceira vez, apareceu à noite a Virgem Maria e disse: "Acompanha-me." Tomou-a pela mão e conduziu-a até o Céu, mostrando-lhe então os dois meninos mais velhos, que riam e brincavam com o globo terrestre. A rainha alegrou-se com aquilo e a Virgem Maria disse: "Teu coração ainda não se abrandou? Se confessares que abriste a porta proibida, devolverei teus dois filhinhos." Mas a rainha respondeu pela terceira vez "Não, não abri a porta proibida." Então a Virgem Maria a fez descer novamente à terra, tomando-lhe também a terceira criança.


Na manhã seguinte, quando a notícia correu, todo o povo gritava "a rainha come gente, ela tem que ser condenada," e o rei não conseguiu mais conter seus conselheiros. Ela foi submetida a julgamento e, como não podia responder e se defender, foi condenada a morrer na fogueira. Quando haviam juntado a lenha e ela estava amarrada a um pilar e o fogo começava a arder a sua volta, então derreteu-se o duro gelo do orgulho e seu coração encheu-se de arrependimento e ela pensou: "Ah, se antes de morrer eu ao menos pudesse confessar que abri a porta." Nesse momento voltou-lhe a voz e ela gritou com força "Sim, Maria, eu a abri!" No mesmo instante uma chuva começou a cair do céu apagando as chamas do fogo, e sobre sua cabeça irradiou uma luz, e a Virgem Maria desceu tendo os dois meninos, um de cada lado, e carregando a menina recém-nascida no colo. Ela falou-lhe com bondade: "Quem confessa e se arrepende de seu pecado, sempre é perdoado," e entregou-lhe as três crianças, soltou-lhe a língua e deu-lhe de presente a felicidade para a vida inteira.